quarta-feira, 8 de março de 2017

Como desenvolver RESILIÊNCIA?

Oi pessoal! Tudo bem? Quem aí já leu ou assistiu pela televisão alguma daquelas histórias incríveis de superação? Como o rapaz sem braços e pernas que dá um show de autoestima e palestras motivacionais (Nick Vujicic). Histórias como essas são compartilhadas pela internet e a gente fica se perguntando: "O que essas pessoas têm que eu não tenho?", ou "Como eu posso ser tão ingrato, se tem gente passando por coisas muito piores?". A primeira coisa que eu quero te dizer é: pare de se julgar! Você não é o outro, cada um tem sua história, cada um tem uma dor e sente essa dor de um jeito diferente. O seu sofrimento não é maior ou menor que o meu, independente do problema. E eu acredito muito que a percepção e reação aos acontecimentos da vida envolvem inúmeras coisas, como por exemplo a história de vida, a condição psicológica e o suporte familiar. Por isso, não se sinta mal se você não tem a mesma atitude daquela pessoa e não cobre esse tipo de atitude dos outros. Só pense que talvez haja uma forma de você lidar melhor com tal problema e tente aprender com isso.
Eu tenho recebido inúmeras mensagens de amigos que nasceram com Fissura Labiopalatina assim como eu e que sofrem MUITO com baixa autoestima, dificuldade de aceitação, preconceito de pessoas CONHECIDAS e desconhecidas, falta de suporte dos amigos e da família, distorção de imagem, etc. Muitas dessas pessoas evitam falar sobre isso porque as pessoas as julgam, acham que é frescura e são cruéis. Por causa disso, eu decidi dar algumas dicas sobre RESILIÊNCIA para que possamos começar a falar mais abertamente sobre o assunto. 
Vamos começar com a definição? Resiliência pode ser definida em diferentes contextos, como na física ou psicologia. Em geral, essa palavra faz referência a "voltar ao estado de origem". Mas eu gosto de pensar que a resiliência não tem a ver com "retornar ao estado de origem", e sim com "evoluir a partir daquela experiência", principalmente quando esta é negativa. Por exemplo, em Psicologia, resiliência é a capacidade de a pessoa lidar com problemas, adaptar-se as mudanças, resistir a situações adversas.
Alguns estudos citam a família como um dos principais pontos que interferem no desenvolvimento da resiliência. Famílias que se adaptam a problemas que acontecem em decorrência de mudanças ou situações de crise, podem ser consideradas resilientes. No entanto, não é somente a família que interfere na capacidade de resiliência da pessoa, mas também as questões sociais, inserção na comunidade e experiências vivenciadas.
Então, minhas dicas para vocês tentarem desenvolver resiliência são as seguintes:

- Gratidão é a chave! Tente encontrar uma estratégia para focar nas coisas e pessoas que você tem nesse exato momento e ser grato por elas. No meu caso, a meditação funciona bem...me traz para o momento presente (ao invés de ficar pensando no passado ou no futuro) e me ajuda a ser grata por tudo: pela minha saúde, pelas pessoas que me amam, pelas oportunidades, pelo ar que estou respirando, pelas pessoas que trabalham para que eu tenha acesso aos alimentos que consumo, pelo motorista do ônibus que eu pego, etc. Serei sincera: não é fácil! Não é sempre que eu consigo ou que quero fazer isso! Mas isso melhora com a prática e varia de um dia pro outro. E pode ser que a meditação não funcione pra você, mas se você buscar vai encontrar sua própria estratégia.

- Evitar pensamentos de menos valia! Pensar que não somos bons o suficiente ou que não merecemos a felicidade acontece, mas não pode virar um hábito! Todo mundo, certamente, tem esse tipo de sentimento em algum momento da vida e tudo bem se isso acontecer! Mas temos que concordar que isso não ajuda a resolver nada. Então, primeiro, o que eu normalmente faço é notar que estou tendo esse tipo de pensamento/sentimento, ou seja, identificar aquilo. Em seguida, tento imediatamente mudar a estratégia. Às vezes eu penso que tenho duas opções: 1) ficar pensando daquela forma, sofrendo, e não tomar nenhuma atitude para mudar aquilo, ou 2) Mudar minha forma de ver as coisas, lidar com o problema (seja para enfrentar ou para deixar pra lá, de forma que eu decida "as guerras que valem a pena serem lutadas"). Outras vezes eu faço algo que me distrai, ou algo que me traz mais auto-confiança e sensação de controle. Por exemplo, no meu caso, quando eu me exercito eu sinto que estou no controle da minha vida, sinto que eu sou capaz de tudo o que eu quiser (pode parecer loucura, mas funciona pra mim.rs); as vezes coloco uma playlist ou um vídeo que me deixa feliz e animada, com maior disposição para lidar com o problema. É todo dia que consigo fazer isso? NÃO! Mas eu sei que isso funciona e tento me condicionar aos poucos. É um processo de aprendizagem, como qualquer outra coisa!


- Esteja perto de pessoas que te acrescentam e te fazem sentir bem! Por muito tempo eu cultivei amizades que não me acrescentavam, ou até que me faziam mal. Pessoas muito negativas, que reclamam demais (o tempo todo), pessoas que estão sempre falando sobre bens materiais ou sobre como são superiores ou fazendo muita fofoca, acabam sugando muito a minha energia! Eu fico simplesmente esgotada! E, por algum motivo, eu não percebia isso e acabava mantendo contato próximo com essas pessoas. São pessoas que me fizeram algo de mal? Não necessariamente! Mas de uns tempos pra cá eu tenho evitado estar perto de gente assim, que não me faz bem e isso tem sido transformador!

A Sociedade Brasileira de Resiliência (SOBRARE) também aponta algumas estratégias para desenvolver/melhorar a resiliência:
- Ter em mente o seu objetivo, o que te faz seguir em frente
- Focar em comportamentos que lhe trazem confiança
- Entender os motivos de você agir como age quando se encontra em situações instáveis, e quebrar esse padrão
- Treinar como será a sua nova reação frente a situações difíceis e se empenhar para mudar os antigos comportamentos
OBS: se você quiser ver a matéria completa da SOBRARE, acesse o link: http://sobrare.com.br/quatro-passos-fundamentais-para-conquistar-comportamentos-resilientes/

Bom pessoal, era isso que eu tinha para conversar com vocês hoje. 
Preparei esse post em colaboração com a minha amiga e psicóloga Juliana Brocco Ferrari, e espero muito que vocês tenham gostado!!

Beijo enorme!

Laís Vidotto
Canal Lábios Compartidos YouTube - https://www.youtube.com/channel/UCYiiinKt9vIVaCbu-ncqroA

quinta-feira, 2 de março de 2017

30 anos. E agora?

Oi gente!! Hoje eu quero conversar com vocês sobre o que eu vim sentindo desde comecei a me aproximar dos 30 anos de idade. A foto é do bolo mais maravilhoso do mundo, que ganhei da minha prima Talita e da minha Tia Ângela! (amo vocês!!) Dia 6/02 eu fiz 30 anos!! Da pra acreditar?? Quanta coisa passou pela minha cabeça! É impressão minha, ou quando estamos chegando nessa fase a gente começa a repensar tudo?? Acho que eu já comentei isso antes aqui no blog. Eu sinto que nos últimos anos eu tenho revisto tudo... Tenho tentado desligar o "modo automático" e tomar o controle da minha vida, das minhas escolhas, da minha felicidade. A sensação é de controle mesmo. É claro que isso pode ser só uma sensação, mas eu acredito muito que essa sensação de poder e pensamento positivo podem despertar uma força que nem acreditamos que temos! Algumas pessoas dizem se sentir mal por estarem fazendo 30 anos. Mas, honestamente? Eu nunca me senti tão bem em toda a minha vida! Não estou dizendo que não tenho problemas não, pelo contrário, eles só aumentam! hahaha Mas estou dizendo que a maturidade me ajuda demais a lidar com eles. A impressão que dá é que a gente finalmente "se veste" da gente mesmo, sabe?? Não sei se faz sentido pra vocês, mas é assim que me sinto. A gente assume quem a gente é e começa a ter muito orgulho disso. Acho que esse "repensar" também começou a rolar mais depois que viemos para Londres. No Brasil, eu estava no "automático" total! Principalmente durante o meu mestrado, que foi quando eu me mudei para Londrina, quando tive que trabalhar muito porque o salário inicial lá não era muito bom, tive que estudar demais. Eu pegava todos os plantões disponíveis no hospital. Nessa época, eu simplesmente abandonei a mim mesma. Parei de cuidar de mim por um tempo, e isso me fez um mal danado. Quando cheguei aqui, eu comecei a ter mais tempo. Primeiro porque as pessoas aqui na universidade trabalham, no máximo (estourando) das 9 às 17h, e acham estranho quando você cumpre esse horário (quis dizer que acham demais.rsrs). Segundo, eu estava fazendo um curso de inglês das 9 às 15h. Isso era estranho pra mim, e eu realmente não sabia o que fazer com meu tempo livre. Depois disso, eu tinha que estudar bastante, mas nada se comparava ao jeito que era antes. Fiz os três meses de curso, e, depois de muito tempo, tive 1 mês de férias!!!! Isso foi demais!! Viajamos um pouco, descansamos MUITO! Em seguida, comecei a luta pela minha bolsa de doutorado, que acabou dando certo!!! Durante o doutorado, temos que trabalhar em período integral...das 9 às 17h. E eu acho isso ótimo! Temos as noites e os finais de semana livres, a não ser que tenha algo muito importante pra fazer, mas isso não acontece com tanta frequência. Enfim... com essa história toda eu quis dizer que comecei a ter mais qualidade de vida quando cheguei aqui. E isso me fez ter mais tempo para pensar na minha vida, no que eu estava realmente fazendo com ela, nas minhas prioridades, nas minhas companhias, etc. Pude colocar algumas coisas em prática, como o blog e o canal no YouTube. Além disso, acredito muito que quando estamos longe da família, dos amigos, da nossa cultura por muito tempo, ainda mais no ambiente competitivo que é o meio acadêmico, isso também nos faz repensar muita coisa. Por isso, acho que não foi só o fato de eu estar chegando nos 30 anos, mas também por essa mudança toda em estilo de vida e rotina. Mas, o que eu posso dizer pra vocês, é que essa mudança toda que aconteceu na minha vida foi ótima! Eu sou uma pessoa muito melhor e mais orgulhosa de mim hoje. E eu realmente espero que você se sinta da mesma forma quando estiver perto dos 30 anos, e que tente enxergar as mudanças e as dificuldades como um aprendizado. Bom, espero que tenham gostado do post! Logo logo tem mais! Grande beijo!!! Laís Vidotto